Ela é aquilo que te prende ao chão. Mas seria só isso? A ciência ainda busca a verdadeira natureza dessa força
Vamos começar com a definição que se tornou clássica desde Einstein: a gravidade é um efeito dos corpos com muita massa (ou “peso”, como dizemos na nossa linguagem cotidiana) sobre a própria geometria do espaço e do tempo. O desenho do Pica-Pau é algo em duas dimensões, Procurando Nemo já é em três dimensões, mas o espaço-tempo que estamos falando é algo em quatro dimensões (as três do espaço mais uma do tempo) e você não consegue imaginar muito bem isso.
Se a ideia parece absurda, pense no espaço-tempo como uma lâmina de borracha – algo plano, mas flexível. Se você põe um objeto muito pesado em cima dela – digamos que seja o Sol – esse trambolho vai afundar a lâmina, criando uma depressão onde ele próprio está mas também influenciando a região em torno dele.
Se a ideia parece absurda, pense no espaço-tempo como uma lâmina de borracha – algo plano, mas flexível. Se você põe um objeto muito pesado em cima dela – digamos que seja o Sol – esse trambolho vai afundar a lâmina, criando uma depressão onde ele próprio está mas também influenciando a região em torno dele.
Agora, imagine que outra bola menor – a Terra ou qualquer outro planeta – esteja naquela vizinhança, bem no começo da depressão causada pelo Sol. Seria muito difícil ela escapar de dentro dessa vala; a tendência é que ela se mantenha em torno do objeto mais pesado – criou-se uma órbita. Isso vale não apenas para a matéria, mas também para a energia viajando naquele plano de borracha – se há uma depressão, ela vai ter de continuar seguindo por ela.
Agora, para entender melhor assista o vídeo abaixo:
Essa visão einsteiniana funciona tremendamente bem para a imensa maioria das situações que costumam aparecer no universo, mas a mecânica quântica (o conjunto de teorias da física moderna que estuda os componentes fundamentais da matéria) já mostrou que diversas forças que pareciam se comportar de modo semelhante à gravidade eram, na verdade, geradas pela interação de partículas, como os elétrons (no caso da eletricidade) e os fótons (no caso do eletromagnetismo, no qual a luz visível é um dos fenômenos mais conhecidos). Por isso, qualquer teoria que queira abranger de forma coerente todos os fenômenos da natureza precisaria achar as partículas gravitacionais – os hipotéticos grávitons, ou as ondas gravitacionais (na mecânica quântica, algo pode se manifestar tanto como onda quanto como partícula).
Adaptado de texto de Reinaldo José Lopes